terça-feira, 20 de março de 2012

Maracatus Nação - Cambinda Estrela



Fundado em 1935 por migrantes oriundos da zona da mata-norte pernambucana, como um maracatu de baque solto (ou de orquestra), o Cambinda Estrela teve forte presença no carnaval da comunidade de Casa Amarela, pois sua sede se localizava no  Alto Santa Izabel. Dirigido pelo senhor Tercílio, com a colaboração de sua esposa, D. Inês, o grupo manteve-se como um maracatu de baque solto até a década de 1960. Desde esses anos até década de 1980, o Cambinda Estrela manteve-se no carnaval recifense como um grupo respeitado e tinha como um dos principais articuladores do grupo o babaloxirá Mário Miranda, conhecido como Maria Aparecida, famoso por suas extravagantes fantasias de baiana. No final da década de 1980, com a morte do Sr. Tercílio, o maracatu deixa de desfilar por alguns anos, a ponto de a Federação Carnavalesca considerá-lo extinto. Em 1994, um grupo de residentes em Chão de Estrelas e Campina do Barreto, oriundos de outros marcatus a exemplo do Indiano, juntamente com alguns estudantes universitários, resolveram recriar este grupo que desde 1995, é conduzido pelo mestre Ivaldo Marciano de França Lima. O batuque é composto, em sua grande maioria, por jovens e adolescentes, sem distinção de gênero. Há forte presença feminina no grupo, pois o batuque e as oficinas de percussão são dirigidas por Wanessa Paula Quirino dos Santos e outros integrantes do batuque. O Cambinda Estrela é também conhecido por ter uma direção do grupo colegiada, em que todas as decisões são tomadas por consenso ou pela maioria do grupo, sem imposição ou determinação de “donos” ou “diretores”. A corte é constituída por homens e mulheres, em equilíbrio de gênero e grupo etário, e há uma presença significativa de pessoas GLBTT. O rei, atualmente, é Erasmo Rodrigues e a rainha é Amara. O maracatu é regido pelos orixás Xangô, Iansã e Oxum; suas calungas têm por nome D. Aurora e D. Inês; suas cores são o vermelho e o amarelo. O batuque do grupo tem uma forte identidade percussiva pelas toadas de seu repertório, compostas, em sua grande maioria, pelo mestre Ivaldo Marciano.





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