domingo, 5 de agosto de 2012

Bens Inventariados - Celebrações


Abertura do Carnaval

Celebração que corresponde à abertura oficial do carnaval do Recife, esta acontece desde o carnaval de 2002 e recebeu o nome de Carnaval Multicultural do Recife. Na abertura do carnaval, diversas nações de maracatu se reúnem em frente a um palco no Marco Zero, onde podem ser vistos o percussionista Naná Vasconcelos e os mestres de batuque.

Carnaval do Recife

O carnaval do Recife acontece desde os fins do século XIX sendo uma festa de cunho popular, vê-se não só bailes em salões fechados como também blocos de rua e desfiles de variadas manifestações da cultura popular pernambucana, como maracatus nação, maracatus de orquestra, caboclinhos, tribos de índios, bois, ursos, blocos de frevo, escolas de samba, dentre outros. Muitas mudanças ocorreram de lá para cá. O carnaval foi sendo cada vez mais padronizado para atender aos interesses de alguns grupos sociais. O carnaval do Recife recebeu o nome de “Carnaval Multicultural” por mostrar a variedade de manifestações tradicionais e populares do estado e as atrações da cultura de massa nacional, internacional e cultura urbana alternativa. Os maracatus nação recebem uma atenção especial, sendo a atração principal da abertura.

Carnaval de Olinda

O carnaval de Olinda é conhecido pela grande quantidade de blocos carnavalescos que desfilam pelas ruas do Sítio Histórico ao som do frevo. A celebração na cidade é também conhecida pela presença dos bonecos gigantes que desfilam na Terça-Feira Gorda entre os largos de Varadouro e Guadalupe. Hoje, além dos tradicionais blocos de frevo, vê-se também o desfile de troças, caboclinhos, afoxés, maracatus de orquestra e maracatus nação. Os maracatus nação podem desfilar livremente pelas ruas da cidade; nos pólos espalhados pela cidade e principalmente no Pólo Maracatu e Afoxés, situado em frente ao Mercado Eufrásio Barbosa.

Concurso das agremiações carnavalescas

Concurso organizado pela Prefeitura da Cidade do Recife, onde os grupos disputam uma classificação e os primeiros colocados recebem um prêmio monetário. Os maracatus-nação desfilam com seu batuque e corte completos e devem fazer esse percurso em tempo determinado. Cada agremiação recebe uma nota dada pelo júri de acordo com critérios pré-estabelecidos. O desfile dos maracatus nação ocorre todo domingo de carnaval e a apuração das notas ocorre na quinta-feira após o carnaval. O concurso das agremiações foi instituído na década de 1930, com a fundação da Federação Carnavalesca em 1935.

Ensaio com Naná Vasconcelos

Os ensaios dos maracatus nação com Naná Vasconcelos tiveram início em 2002 quando o percussionista passou a conduzir o show de abertura do carnaval recifense. De início, os ensaios ocorrem nas sedes dos maracatus, onde Naná ensaia com os batuqueiros. Nas sextas-feiras, há ensaio na Rua da Moeda. Na semana que antecede o carnaval, todos os grupos ensaiam juntos no Marco Zero, local que servirá de palco para a Abertura. Os ensaios têm início cerca de um mês e meio antes do carnaval. O baque construído por Naná é independente de qualquer nação de maracatu, entretanto, ele se assemelha mais ao de alguns maracatus.

Festa de aniversário

Não há um formato de comemoração das festas de aniversário dos maracatus nação. Geralmente, os grupos dão festas nas próprias sedes ou outros espaços maiores. Em alguns casos, a festa é aberta para a comunidade, em outros, é realizada apenas para os maracatuzeiros ou lideranças.

Terça-negra

Celebração organizada pelo Movimento Negro Unificado (MNU), em parceria com a Prefeitura do Recife, que tem como finalidade a afirmação da história, da cultura e da cena musical negra através de apresentações de grupos culturais como afoxés, maracatus nação, cocos, bandas de reggae, black music, samba e hip hop. A celebração (com esse formato) ocorre desde 2002, periodicamente nas noites de terça-feira no Pátio São Pedro. Os maracatus nação são presença constante na Terça-Negra.

Noite para os tambores silenciosos de Olinda

Celebração que ocorre desde 2001, na segunda-feira que antecede o carnaval e criada por iniciativa de Armando Arruda. Na Noite para os tambores silenciosos de Olinda os ancestrais ou antepassados são cultuados e firmam-se pedidos de proteção para o carnaval. Em frente à Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, à meia-noite, os tambores silenciam e os cantos aos ancestrais são entoados pelo mestre do Maracatu Nação Leão Coroado e praticante do candomblé, Afonso Aguiar. As escadarias da igreja são lavadas com perfume e ouve-se o batuque dos maracatus.

Traga a vasilha

Trata-se de uma reunião de batuqueiros vindos de diferentes maracatus nação, grupos percussivos ou outras pessoas que se juntam para tocar. Os encontros acontecem todas as noites das sextas-feiras, no bairro do Recife Antigo, na Rua Mariz e Barros, em frente ao Armazém 14. A celebração teve início no ano 2000 e nela, os batuqueiros tocam baques e toadas de diversos maracatus nação, como também outros ritmos como coco e ciranda.

Noite dos tambores silenciosos

Celebração que ocorre na segunda-feira de carnaval, no Pátio do Terço, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Terço. Os maracatus nação vão pela Rua Vidal de Negreiros em direção à igreja onde prestam homenagens aos seus antepassados, ou ancestrais, cantando toadas, acompanhados do batuque e cortejo real. O evento tem início por volta das 20h e tem fim por volta das 4h da madrugada. A Noite dos Tambores Silenciosos teve início em 1962, quando o jornalista Paulo Viana começou a organizar a celebração.

Acorda povo

Celebração que acontece durante o ciclo junino. Na ocasião, várias pessoas saem em cortejo, após a meia-noite, cantando músicas em louvor a São João Batista. O Acorda Povo foi uma das formas escolhidas por diversas comunidades de terreiro para celebrar, ao mesmo tempo, São João Batista e Xangô. A celebração encontra-se reduzida nos dias atuais.

Baque de alvorada

Festa que reunia os maracatuzeiros na noite da sexta-feira da semana pré-carnavalesca, ou na madrugada do sábado de Zé Pereira. Às cinco horas da manhã, uma bandeira do maracatu era hasteada em frente à sede, enquanto os batuqueiros batucavam.

Bacalhau na quarta-feira de cinzas

Celebração onde os maracatuzeiros saíam pelas ruas tocando maracatu e tentando arrecadar dinheiro para fazer uma bacalhoada, no fim do carnaval. A única nação que ainda faz o bacalhau é o Leão Coroado, porém não mais nos moldes antigos.

Coroação de rei e rainha de maracatu

Cerimônia pública, de caráter sacro em que uma autoridade religiosa impõe sobre a cabeça de rei e/ou rainha uma coroa. A cerimônia de coroação confere ao maracatu enorme valor simbólico. A coroação de reis e rainhas de maracatu pode ser remontada às antigas coroações de reis do Congo, existentes em vários locais do Brasil, ao longo dos séculos XVIII e XIX.

Obrigações religiosas

Celebrações onde os maracatus nação procuram obter proteção. As nações realizam oferecimentos ou obrigações às calungas, aos orixás, entidades da jurema, eguns, além de instrumentos ou outros artefatos pertencentes aos maracatus nação como coroas, estandarte e pálio. As obrigações variam muito de grupo para grupo. 

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