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Carol Melo |
A entrevista realizada com Maria Carolina da
Silva Neta Melo
(Carol), foi realizada na sede do Maracatu
Nação Tupinambá localizada na rua Araripe Junior, nº39.
Nascida em Recife
em 31/01/1979, Maria Carolina da Silva Neta Melo, também conhecida como Carol,
adepta do Xangô, e conhecida na comunidade do Córrego do Jenipapo onde reside
como uma pessoa muito focada na questão social. A infância de Carol se deu na maior
parte do tempo em sua residência, onde brincava com seus irmãos e amigas. Já na
adolescência Carol começa a trabalhar com 16 anos, no entanto, nas suas
entrevistas Carol enfatiza que esse trabalho era doméstico, pois a mesma
ajudava a sua mãe na confecção de tortas e outros tipos de doces confeccionados
por sua mãe, depois de alguns anos trabalhando com a sua mãe, Carol inicia o
curso de magistério e após o termino inicia sua carreira como professora. Nesse
período Carol se interessa por danças e folguedos populares e ingressa no grupo
do SESI onde fez um curso de dança, após o termino do curso Carol começa a se
interessar por maracatus, sobretudo pelo cortejo. Um evento marcante para a
inserção de Carol no universo dos maracatus nação foi a primeira participação
da mesma na Noite dos Tambores Silenciosos, onde pode acompanhar uma série de
maracatus bem como a própria cerimônia.
Carol sempre demonstrou interesse em trabalhar com crianças e
adolescentes carentes no intuito de contribuir para a inclusão social e
melhores condições de vida. Ao fazer um curso de folguedos populares, Carolina
começou a perceber que isto poderia beneficiar as pessoas da sua comunidade,
sobretudo a população mais jovem, que até então se encontravam ociosas por não
ter uma ocupação ou atividade cultural que pudesse favorecê-las. A partir daí,
ela e o esposo tiveram a ideia de criar um grupo cultural, chamado Tupinambá,
na comunidade e arregimentar crianças e adolescentes para fazer parte. Essa
iniciativa aos poucos foi tomando proporções significativas de modo a
possibilitar o interesse da comunidade pelas atividades. Este grupo trabalhava
com ritmos da cultura popular entre eles o maracatu. A preocupação com os
problemas sociais que afetam, sobretudo, a população mais jovem sempre fez de
Carolina uma pessoa atuante nesse sentido. Sua inserção no universo dos
folguedos populares rendeu-lhe a oportunidade de criar um maracatu e por meio
dele criar as condições necessárias para afastar crianças e jovens do mundo das
drogas e da violência. Surgiu assim o maracatu Tupinambá. Como articuladora
desse maracatu, Carolina trabalhou também na perspectiva de torná-lo
reconhecido pela comunidade.
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